o que você perde quando fala demais.
o silêncio não é seu inimigo, é seu aliado na hora de criar, agir e evoluir.
“Aqueles que sabem não falam. Aqueles que falam, não sabem.”
Foi com essa frase de Lao Tzu que começava o capítulo '“Blá Blá Blá” de “O ego é o seu inimigo” livro de Ryan Holiday.
Tendo lido ou não, o que eu queria te contar hoje — mais uma vez — é sobre o impacto do silêncio, dessa vez em nossas atitudes.
Ryan aborda um fato curioso sobre nossa realidade tecnológica: somos tentados cotidianamente a substituir ações por palavras.
“No que você está pensando?” pergunta a caixa em branco do Facebook; “O que está na sua mente?” questiona o próprio Substack; Nossa caixa de e-mails, nossos celulares, a seção de comentários no fim do artigo que acabamos de ler — “espaços em branco, implorando para serem preenchidos com pensamentos, fotos e histórias.”
E universalmente esse tipo de performance é positiva, preenchemos esses espaços com o que vamos fazer, com as coisas que deveríamos ou poderíamos ser, com o que esperamos que aconteça… O problema é que em muitos momentos caímos no erro de falar mais do que fazer.
comprometer-se com o ato dá medo.
Quando estamos assustados ou intimidados por um projeto, uma meta ou uma atividade que seja, tendemos a fazer de tudo, exceto se concentrar no necessário.
Por muitas vezes eu já me vi limpando gavetas, atualizando drivers, indo ao mercado em vez de produzir o que precisava no trabalho — mas, principalmente, já me vi falando, falando e falando sobre o que precisava fazer e não fazia.
Falar é muito mais fácil que fazer, e essa máxima generalista você já conhece — mas por que seria tão fácil?
A verdade é que é difícil se comprometer com o que pode quebrar todas as nossas seguranças, e toda execução tem o poder de te fazer isso — nos levar enfrentar o fato de que talvez não somos tão bons assim.
“Com tantos atos criativos, escrever é difícil. Sentar-se, começar a escrever, ficar furioso consigo mesmo, furioso porque o material não está bom o suficiente e você não está bom o suficiente…”
Fazer nos coloca de encontro com nosso eu — com o que precisamos aprender, com o que ainda há para desenvolver e, finalmente, com o medo de se expor ao erro.
A fala, no entanto, anula esses efeitos que, embora doloridos, nos desenvolvem enquanto pessoas e profissionais. E o mais perigoso: somos capazes de perder o interesse em concretizar o que foi dito, por já ter gasto energia demais.
expressar enfraquece a ação por antecipá-la.
Ryan comenta no livro que até mesmo o hábito de falarmos sozinhos enquanto trabalhamos em problemas difíceis diminui a concentração e a chance de fazermos descobertas importantes.
Esta afirmação está relacionada ao conceito de carga cognitiva, que defende que, dependendo do contexto e tarefa realizada, falar consome recursos que deveriam ser utilizados no raciocínio.
“A fala nos exaure. Falar e fazer brigam pelos mesmos recursos.”
A energia que seria gasta tentando chegar a solução, se dissipou para o ato de falar, falar e falar mais uma vez sobre o problema, gerando uma falsa sensação de que já fizemos tudo o que podíamos para solucioná-lo.
Esse é o momento do nosso protagonista: o silêncio.
O silêncio, em vez da fala incessante, nos convida a enfrentar aquilo que evitamos: a ação. Ele não nos permite esconder ou dissipar energia no vazio das palavras.
seja confrontado pelo silêncio.
Ao nos obrigar a encarar o vazio, ele nos força a sair do conforto da fala, onde nos protegemos da vulnerabilidade de tentar e falhar. Esse confronto nos coloca em contato direto com o ato criativo, o aprendizado e a criação de resistência.
Eu ainda não posso te dizer que fico calada a quantidade de tempo que gostaria, mas dada as minhas recentes experiências com o silêncio, estou disposta a permitir que ele tome mais alguns cafés comigo enquanto nos encaramos.
Talvez seja benéfico dar a chance de trabalhar em silêncio, deixar que o fluxo de pensamentos se transforme em ação, em texto, em arte mas não em palavras soltas ao vento.
Deixe que ele preencha o espaço, permita que as ideias continuem fluindo — sem a interrupção da fala.
Afinal, não é o que dizemos, e sim o que fazemos, que deixam marcas reais.
um convite para quem quer crescer sem perder a essência:
Entrelinhas e essências foi criada para quem quer construir marcas, negócios e vidas com intencionalidade. Aqui falo sobre autodescoberta, expressão pessoal e como podemos alinhar isso ao nosso trabalho utilizando ferramentas do branding — quando necessário.
As melhores histórias são aquelas que se constroem com intenção e autenticidade. Se inscreva para receber as próximas.
Olá Isadora, gostei muito do seu texto, colocando luz nesse aspecto do silêncio que não costumamos prestar atenção: quando simplesmente falamos jogando as palavras ao vento, deixamos de abrir espaço para a criatividade. Estou começando aqui no Substack e fico feliz de me conectar com escritores que partilham de temas comuns. Eu escrevi um texto sobre o silêncio que te convido a conhecer. Deixo o link a seguir.
https://open.substack.com/pub/umavidaplena/p/o-silencio-perdido-como-e-porque?r=4p8il8&utm_campaign=post&utm_medium=web&showWelcomeOnShare=true